O projeto Acende a luta nasceu de uma inquietação e de uma novidade acadêmica.

Nos últimos anos, comecei a reparar, nas disciplinas que leciono no curso do Estudos de Mídia da Universidade Federal Fluminense e na Pós-Graduação em Cultura e Territorialidades, também da UFF, que os discentes não conheciam movimentos sociais importantes ocorridos na cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, onde a UFF é sediada, e inclusive alguns que tinham ocorrido na própria universidade. 

Como professora do campo das Ciências Sociais, considero a memória uma necessidade e um dever. Colaborar para o não esquecimento é estratégia fundamental para que períodos e atos totalitários, que atentam contra as liberdades e os direitos humanos, não se repitam; para que as lutas de sujeitos submetidos a sistemas de desigualdade, opressão e preconceitos possam ser valorizadas e reforçadas; e para que a história dos que se sacrificaram pelo bem do coletivo, por um mundo melhor, mais justo e democrático, não seja apagada. Essa necessidade de usarmos a memória como estratégia faz eco ao dever que temos, enquanto universidade pública, para com a memória das lutas sociais...